Carlos Lupi pede demissão do Ministério do Trabalho

Ministro apontou "perseguição política e pessoal da mídia" como motivo para deixar governo

Do R7
lupi
Agência Estado

Carlos Lupi é o sétimo ministro a deixar o governo DIlma, o sexto envolvido em denúncias de corrupção


“Faço isto para que o ódio das forças mais reacionárias e conservadoras deste país contra o Trabalhismo não contagie outros setores do governo”, afirma Lupi no comunicado. Segundo a nota, a decisão da Comissão de Ética da Presidência em recomendar sua saída também não lhe deu direito de defesa.

O ministro diz ainda que deixa o governo com “consciência tranquila do dever cumprido, da minha honestidade pessoal e confiante por acreditar que a verdade sempre vence."

Em nota divulgada após a de Lupi, a Presidência informou que Dilma Rousseff "agradece a colaboração, o empenho e a dedicação do ministro Lupi ao longo de seu governo e tem certeza de que ele continuará dando sua contribuição ao país".

Nas últimas semanas, várias denúncias vieram à tona sobre a gestão de Lupi à frente do Ministério do Trabalho. Há a suspeita de que assessores da pasta teriam cobrado propina de ONGs (organizações não governamentais). Também foi questionada uma viagem feita por Lupi a cidades do Maranhão em 2009 a bordo de um avião providenciado por um empresário que mantinha contratos com o governo. Recentemente, reportagens revelaram que o ministro teria sido funcionário fantasma na Câmara dos Deputados e teria acumulado cargos no Congresso Nacional e na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

Diante das denúncias, a Comissão de Ética Pública da Presidência recomendou a Dilma a demissão de Lupi. A presidente não era obrigada a acatar a sugestão.

No dia 10 de novembro, em uma audiência na Câmara dos Deputados, Lupi pediu desculpas à presidente por declarações dadas anteriormente que desagradaram Dilma. Na ocasião, ele afirmou que não quis ser agressivo e disse amar a presidente.

Antes, ao comentar a possibilidade de deixar o ministério por causa de denúncias contra ele, Lupi havia afirmado que só sairia do cargo fosse “abatido a bala”. Dilma não gostou da afirmação e mandou repreender o auxiliar.

Ao sair do hotel onde esteve hospedada em Caracas, na última sexta-feira (2), a presidente foi perguntada se a “declaração de amor” feita por Lupi estava influenciando sua dificuldade em decidir o destino do ministro. Em resposta, Dilma disse que já não é mais uma “adolescente romântica”.

- Eu tenho 63 anos de idade, uma filha com 34 anos, um neto de um ano e dois meses. Eu não sou propriamente uma adolescente e diria, também, uma romântica. Eu acho que a vida ensina a gente e eu acho que a gente tem que respeitar as pessoas, mas eu faço análises muito objetivas.

Nenhum comentário: