As denúncias do publicitário Marcos Valério de que o ex-presidente Lula não só tinha conhecimento do mensalão, mas comandaria o esquema ilegal de arrecadação de dinheiro, devem alterar a pauta da reunião da Executiva do PT, nesta segunda, em São Paulo. O partido avaliará a extensão do impacto da notícia sobre a campanha de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo.
"A reportagem é mentirosa e eu não vou comentar uma mentira. Quem tem de explicar é a Veja" declara, sobre a publicação da revista, o deputado Cândido Vaccarezza, membro da Executiva, sem esconder a irritação. "A reunião será para tratar de eleições e de conjuntura. E já estava marcada bem antes da edição da revista" diz o secretário-geral, Elói Pietá, sem descartar que o assunto venha a ser abordado.
O ambiente na campanha de Haddad é tenso diante da perspectiva de julgamento do mensalão no Supremo, que nesta semana começa a abordar o núcleo político da ação penal. A condenação por maioria de votos no STF de petistas com trajetória emblemática, como Dirceu, Genoíno e Delúbio, é dada como certa até por integrantes do partido.
A expectativa é de que a campanha de José Serra acentue a exploração do caso contra Haddad, que está tecnicamente empatado com o tucano. O comando do PT deve fixar um procedimento padrão para enfrentar os ataques a Lula e a Haddad, e fechar um discurso sobre as eventuais condenações no Supremo.
O dilema que angustia os petistas é sair abertamente em defesa dos réus do mensalão e perder votos. Por outro lado, o partido não pode deixar correligionários tão importantes serem condenados sem mostrar solidariedade.

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